sábado, 21 de abril de 2012

conto: sentir verdadeiramente um momento

Era uma vez... Em um dia chuvoso e silencioso, uma bela jovem caminhava entediada em seus aposentos, suspirava olhando para uma escrivaninha com uns dois ou três livros, logo se sentou numa velha cadeira de balanço ao lado da escrivaninha, passaram-se incontáveis horas, tempo que não era dado importância, afim de não ter importância as horas do relógio e sim o tempo da mente, tirando o fato do relógio andar e de que a cada segundo ficava mais velha, o tempo daquela tarde não passava para sua mente, olhava pela janela de seu quarto, as folhas secas, o rio com duas canoas velhas de madeira e muito distante após o rio um penhasco muito grande, gostava de imaginar o que ali teria.
Noites tortuosas vivia, tinha noites de insonia e quando dormia tinha pesadelos que a fazia covarde, pensava ela.
Todas as tardes ela sentava-se em tal balanço, exceto aos domingos que ia para a igreja e depois passava a semana toda tendo pesadelos com as badaladas dos sinos... em seus sonhos tinha encontros sombrios, e pela manhã vestia-se com um manto vermelho e tomava café da manhã, na presença de seu pai o homem mais importante do vilarejo onde vivia, sua mãe morrera quando a jovem tinha apenas 7 anos, não se tocava no assunto em sua presença, então ela não sabia do que sua mãe morrera.
A jovem nunca saia do castelo onde vivia com seu pai e três servos e servas... o que a fazia imaginar ainda mais sobre o mundo lá de fora, mais especificamente no penhasco, já mencionado.
A garota lia com frequência seu conto preferido o de uma donzela que anos viveras presa em uma grande torre de um castelo, cultivava longos cabelos que lhe fora útil em um dia, trouxe pra si sua felicidade... um príncipe... ela não conhecia o conto na integra pois seu pai rasgara uma vez algumas das paginas e pouco ela pode recuperar, seu pai não permitia que ela lesse livros ensinara a menina a ler apenas para que lesse a bíblia, nada mais.. mais a jovem furtara alguns livros num único dia de aventura, o dia mais feliz de sua vida, quando seu pai a viu com seu candelabro lendo o conto numa noite qualquer, rasgou o livro aos berros!!!
sim seu pai era um homem super protetor, desde a morte de sua esposa nunca ou quase nunca saia de casa e o mesmo fazia com sua única filha...
A jovem amava muito seu pai, mais queria ter um final feliz como a garota do livro que ela tanto amava... planejara que dois dias após completar 17 anos fugiria do castelo para ir em busca da sua felicidade, ir para o penhasco que tanto olhava pela fresta de sua janela.
Esperava em sua caçada á felicidade encontrar gnomos, fadas, um príncipe com um cavalo branco, e todas as outras coisas que via nos livros, entretanto temia uma desilusão, mais sabia que não podia deixar de ser feliz com medo da infelicidade, temia ser vista fugindo de sua morada roubando uma canoa a atravessar o rio, ela sofreria grande punição. Mas estava decidida e mesmo que tal jornada a levasse para o vale das sombras da morte ou para algum lugar como Gomorra, queria sentir-se feliz como da vez que roubou livros...
noite se passaram e dois dias após completar 17 anos, tomou coragem, afinal após anos de sofreguidão com o silêncio e sem se expressar, queria poder sorrir de verdade... então quando a noite chegou, ela vestiu-se com seu manto vermelho, pegou seu livro despedaçado e com uma lamparina desceu as escadarias do castelo, logo já estava andando pelas ruas escuras e sombrias do vilarejo, o chão estava úmido ela ouvia seu coração palpitando rapidamente, pensou uma ou duas vezes em voltar para trás e deixar para outro dia, não escrevera uma carta de despedida, nem ao menos abraçara seu pai noites antes, mais sabia que se voltasse, dali nunca mais sairia, e logo pois se descida e a passos mais largos se aproximava das canoas que boiavam no rio, via-se um ou dois mendigos na rua, que não a atrapalhara, ela levava um pedaço de pão semi-embolorado em seu manto, caso sentisse fome e não houvesse frutos ao seu alcance.

Finalmente entrou em uma canoa, olhou para trás e uma lagrima escorreu em sua face gelada e pálida, pegou os remos e começou a remar em direção ao penhasco, o tempo agora engatinhava, o que a dava calafrios temia por ser descoberta, e esse tempo foi de muita reflexão tempo que durou até o amanhecer daquele dia, ao amanhecer a jovem já estava a muitos pés de seu vilarejo , tanto que quase nada da cidade ela avistava, ela ficara surpresa esperava atravessar o rio ainda de noite, e que amanheceria em terra firme, presumiu isso quando olhava pela janela do castelo, mas a realidade foi diferente o rio era muito mais longo, e demoraria alguma horas até ela chegar ao penhasco. no caminho pensava como estaria sendo a reação de seu pai quando notasse que sua filha não descera para o café da manhã... isso a deixava mais lacrimosa ainda, em meio a tanta tristeza, medo e angustia, ela sentia-se viva, sua alma estava curada, e com um meio sorriso ela começou a remar com vitalidade, queria chegar logo ao seu destino mesmo sem conhece-lo, a muito tempo desejava fazer isso e aquele era o momento então para que demorar, pensava.


Enfim eu poderia escrever mais umas 300 páginas contando aventuras, um príncipe, fadas, gnomos, um personagem do mal, que o pai dela encontra uma esposa nova e etc... terminando dizendo que eles viverão felizes pra sempre, mais sabe, que importa tudo isso mesmo, ela foi feliz e mesmo que seja frustante para um leitor é assim que termina essa história, ela realizando seu sonho mais importante, nada melhor que o fim seja com um sorriso de um personagem fictício sem nome!
FIM!!!

Um comentário:

  1. Muito legal o teu texto... bem elaborado e com uma narrativa bem foda... ui... falou o especialista... Além de linda, uma ótima escritora... Tenho vergonha de mostrar meus textos a vc.... beijos e continue assim...

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